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Osteoporose e o risco de fratura – Parte I

by Sílvia Fernandes

Médica Reumatologista

 

O que é a Osteoporose?

A Osteoporose (OP) é uma doença multifatorial caracterizada pela diminuição da quantidade e qualidade da massa óssea, tornando o osso uma estrutura frágil e suscetível a fraturas.

As fraturas facilitadas pela OP ocorrem na sequência de pequenas quedas (quedas de altura inferior à estatura da pessoa), pequenos traumatismos na sequência de espirros ou tosse, por exemplo, ou mesmo na ausência de traumatismo, como acontece no caso de fraturas em vértebras, que numa pessoa saudável não seria espectável levar a lesão óssea dessa gravidade. A estas fraturas damos, portanto, o nome de fraturas de fragilidade.

Quais são os sintomas da doença?

A OP é uma doença silenciosa, logo quando provoca as primeiras queixas é sinal de gravidade. No entanto deve estar atento às seguintes alterações:

Redução em termos de altura;

Alteração da postura, quando as fraturas ocorrem ao nível da coluna dorsal com consequente agravamento cifose (deformação da curvatura da coluna dorsal);

Dificuldade em respirar, pelas alterações referidas no ponto anterior;

Dor crónica, muitas vezes intensa, com dificuldade em mover a região corporal afetada.

Quem está em risco de desenvolver a doença?

Podemos distinguir 2 tipos de fatores de risco, os modificáveis, que podem ser contrariados ou eliminados através da introdução de alterações ao estilo de vida e os fatores de risco não modificáveis que, contrariamente, não são passíveis de intervenção.

Os principais fatores de risco modificáveis são:

-Baixo índice de massa corporal (<19kg/m2),

-Consumo de tabaco,

-Álcool em excesso,

-Café em excesso,

-Défice de vitamina D,

-Quedas recorrentes,

-Atividade física inadequada/imobilização prolongada...


Os principais fatores de risco não modificáveis são:

-Sexo feminino,

-Idade superior a 65 anos,

-Menopausa precoce,

-Raça caucásica e asiática,

-Fraturas de fragilidade prévias,

-História familiar de fraturas de fragilidade.

Para além disto, várias doenças crónicas, incluíndo a artrite reumatóide, a diabetes mellitus tipo I e II, a doença celíaca e a doença renal crónica, e a toma de fármacos, como corticosteróides, quimioterapia, furosemida e lítio, também se podem associar a perda de massa óssea e consequentemente levar ao aumento do risco de fratura.-Portanto, estas são causas secundárias de osteoporose.


Quem deve fazer o rastreio?

O objetivo do rastreio para diagnóstico da osteoporose é identificar as pessoas que têm risco aumentado de fraturas de fragilidade e que podem beneficiar de intervenção para reduzir esse risco.

Assim, ao médico cabe avaliar os fatores de risco de fratura óssea em homens e mulheres com mais de 50 anos e em todas as pessoas que tenham sofrido uma fratura de fragilidade. De acordo com essa avaliação, o médico pode ter de recorrer à densitometria óssea, um exame que mede a densidade da massa óssea, complementando a decisão diagnóstica e terapêutica.


Porque é importante prevenir e tratar?

A OP é uma doença frequente cuja prevalência nacional é de 10,2% (17,0% - ♀; 2,6% - ♂), segundo o estudo Epireuma, o primeiro de larga escala sobre as doenças reumáticas realizado em Portugal.

O efeito na qualidade de vida do doente após uma fratura é devastador. Na sequência de fraturas pode ocorrer deformação da coluna, limitação da mobilidade, medo de nova queda, dor crónica e até mesmo a morte. Está descrito um aumento de mortalidade nos 5 anos após fratura, e o risco de morte é maior após uma segunda fratura. Ansiedade devido, por exemplo, ao medo de ocorrer uma nova queda ou fratura e depressão também podem fazer parte do quadro clínico do doente com osteoporose.

As consequências sociais, apesar de menos estudadas, relacionam-se com a limitação e/ou incapacidade nas atividades da vida laboral e mesmo da vida diária, em atividades como passatempos, atividade física, atividade sexual, tomar banho ou vestir-se.

Pelo referido,

é essencial prevenir o desenvolvimento da OP,

diagnosticar atempadamente (antes da fratura)

e tratar para reduzir o risco de fratura.



Medidas preventivas e tratamento- Osteoporose Parte II

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